quinta-feira, 25 de abril de 2013

Federação Mariana atua na Diocese de Prudente


Mariana Chiquetto

     Imagine uma empresa onde as ferramentas principais são o terço, a Bíblia e um devocionário (manual de orações diárias). A matéria-prima é a oração e o serviço à comunidade. A presidente é Nossa Senhora e o salário dos trabalhadores é a santificação. De fato, esta empresa existe e no Brasil há centenas de ‘filiais’ delas. São as Congregações Marianas, movimento católico iniciado em 1563, em Roma, que inclusive detém CNPJ e um Conselho para tomada de decisões.  
Em Presidente Prudente, o movimento chegou bem mais tarde, no final da década de 1940, e estabeleceu-se inicialmente na Catedral de São Sebastião. Hoje, há congregações nas paróquias Santa Rita de Cássia, Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Mãe da Igreja. “Quando uma diocese consegue formar, ao menos, três congregações, passa a existir uma Federação Mariana. Em Prudente, esta conquista deu-se em 1961”, explica o atual presidente da Federação Mariana da Diocese de Prudente, Antônio Aparecido Garcia, de 58 anos, que complementa com a informação de que há mais de 70 federações no Brasil, atualmente.
Organizados em mais de 80 congregados, Garcia conta que o movimento atua de diferentes formas, sob assistência espiritual do Padre Sérgio Antônio Bonini. “Fazemos visitas a hospitais ou a doentes em suas residências, servimos nos eventos paroquiais, colaboramos com o apostolado, promovemos a oração do terço nas paróquias. Muitos membros da congregação também servem como Ministros da Eucaristia”, esclarece o presidente. O motivo? Segundo Garcia, para alcançar a santificação pessoal e do próximo. “Através de uma ardente devoção à Maria e adesão fervorosa à Santa Sé Apostólica, lutamos para servir de exemplo e levar testemunho da fé católica. Estamos a serviço da dignidade integral da pessoa humana e de uma sociedade justa e fraterna”, afirma Garcia.

FOTO: MARIANA CHIQUETTO
O presidente da Federação Mariana prudentina, Antônio Aparecido Garcia, com sua esposa Aparecida, que também é congregada
E é justamente para levar testemunho desta fé que muitos congregados confirmaram a participação durante o 10º Caminhando com Maria, evento que será realizado pela Diocese de Presidente Prudente de 28 de abril a 1º de maio. “O nosso lema é ‘Quem anda com Maria, caminha com Jesus’. Sendo assim, não poderíamos deixar de prestigiar este grande evento”, conta o presidente.
            Caminhos para santidade
            Para fazer parte da congregação, é necessário percorrer um longo caminho de obediência – detalhada na ‘Regra de Vida’, um estatuto que deve ser seguido por todos os congregados. Um novo membro pode ser tanto convidado, como também pode oferecer-se para participar. “Vamos anunciar Maria e evangelizar, portanto, é necessário muito estudo e conhecimento do catecismo da Igreja Católica. Conhecer a história do movimento e toda a sua estrutura também é uma condição importante”, observa Garcia. Anualmente, as congregações participam de dois retiros e encontros para dar continuidade à formação e conhecer as mudanças feitas na estrutura do movimento.

                                                                                           FOTOS: ARQUIVO
Congregados participam de retiros e encontros anuais para dar continuidade à formação




Ao iniciar a caminhada, o membro passará por três estágios. “Ele começa participando das reuniões e dos eventos apenas como ouvinte. Após seis meses, aproximadamente, inicia a sua formação, sempre seguida de muito estudo. E, por fim, ao concluir um ano, o participante é consagrado à Maria e passa a servir ativamente em todas as atividades”, explica.
Os Congregados Marianos do Brasil podem ser reconhecidos nas reuniões ou celebrações da Igreja pela fita que pende do pescoço da cor azul (cor litúrgica da Virgem Maria), em cuja extremidade está uma medalha prateada com a imagem de Jesus Cristo de um lado, e do outro a Virgem Maria. Em cada estágio, o congregado pode ser identificado pelos diferentes tamanhos da fita, sendo a mais fina para os iniciantes, e uma mais larga aos membros já consagrados. Ao atingir 50 anos de serviço à congregação, o membro recebe uma faixa com detalhes dourados, identificando ser um ‘Congregado Emérito’.
Quem está bem próximo desta conquista é Rubens Correa de Oliveira, de 70 anos. Consagrado há mais de 40 anos, ele conta que entrou para a congregação à procura da santidade. “Não podemos ficar de braços cruzados vendo a vida passar, sem fazer nada para que ela seja melhor. Por isso, sigo até hoje como membro ativo do movimento em busca da vida eterna – a promessa de Deus”, testemunha Oliveira, que ocupa atualmente um posto no Conselho da Federação.
Sua esposa, Yolanda Martineli de Oliveira, de 64 anos, juntou-se ao movimento há três anos impulsionada pelo marido e pela vontade de ajudar o próximo. “É maravilhoso trabalhar no movimento e testemunhar a fé. Me sinto útil ao dedicar a minha vida à serviço da comunidade, fazendo o bem”, declara.
                                                   FOTO: MARIANA CHIQUETTO
O casal Rubens e Yolanda de Oliveira participa das atividades “em busca da santificação”

Como tudo começou
            A primeira Congregação Mariana data de 1563, em Roma, quando o padre jesuíta Jean Leunis iniciou um grupo cujos membros se distinguiam por uma vida cristã e mariana fervorosa e pela prática de diversas formas de apostolado. No Brasil, as Congregações Marianas chegaram no período colonial, porém, praticamente desapareceram com a expulsão dos jesuítas, em 1759. Em 1870, foi fundada novamente uma Congregação Mariana, em Itu, e a partir de então, o movimento conquistou um notável crescimento em todo o País. Em 1937, foi criada a Confederação Nacional com sede no Rio de Janeiro. As Congregações Marianas são formadas por leigos, autônomos, com a marca característica da devoção mariana.
            Em sua longa história, as congregações deram à Igreja pelo menos 62 santos canonizados e 46 beatos, 22 fundadores de Institutos Religiosos, mártires, missionários e leigos de vida cristã exemplar. De 1567 até os dias de hoje, 23 papas que ocuparam a Cátedra de São Pedro eram Congregados Marianos, inclusive o Papa João Paulo II.
Fonte: Site Confederação Nacional das Congregações Marianas do Brasil

Saiba Mais
Conheça o hino oficial das Congregações Marianas do Brasil:
Do Prata ao Amazonas, do mar às cordilheiras, cerremos as fileiras, soldados do Senhor! O nome teu, Maria, ó Virgem Soberana, nos une e nos irmana, nos dá força e valor, nos dá força e valor!
A Igreja eterna no tempo avança sob a bandeira da esperança! Nós te saudamos, Virgem Maria, com entusiasmo e alegria. Jesus é o centro de toda a História, nós lhe rendemos louvor e glória, e te juramos, ó Mãe querida, fidelidade por toda a vida!
O Mundo está sedento de paz e unidade; amor, fraternidade, queremos difundir! Nós somos missionários, por Cristo convidados! Vamos pois, Congregados, seu Reino construir, seu Reino construir!

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